domingo, 17 de outubro de 2010

Carcará brilha na Curuzu

Salgueiro vence o Paysandu de virada e garante vaga para a Série B

Por Márcio Luiz



No infortuno horário da manhã deste domingo, o Salgueiro entrou para a história, alçou o vôo mais alto de sua curta vida. Com apenas 5 anos de existência o salgueiro chega ao ápice de sua vida com uma inédita conquista, a classificação para a Série B  de 2011 do campeonato brasileiro.  Colocado no patamar dos principais clubes do estado de Pernambuco, Náutico e Sport. 

Com uma folha salarial de aproximadamente R$ 150 Mil mensais, O Carcará enfrentou imensas adversidades até chegar a conquista da vaga. Foi da quase queda para a série D para uma incrível ascensão para a B.

O clima da nação bicolor, como é conhecida a torcida do Paysandu, era de euforia. Invicto a pouco mais de dois anos no estádio da Curuzu, parecia já encaminhada o resultado positivo do papão. O oba oba foi tão grande que o locutor da rádio do estádio pediu antes do jogo começar para a torcida não invadir o campo após o fim da partida.

O Jogo

Apesar de ter inaugurado o marcador, o Paysandu não conseguiu ser melhor em nenhum momento do primeiro tempo. Nem mesmo nos minutos iniciais. O gol de Bruno Rangel, aos 11, nasceu de uma falha individual do volante Rodrigo Potiguar errou. Ele tentou cortar o cruzamento, mas a bola caiu no pé do adversário, o xará Tiago Potiguar, que achou Rangel livre de marcação na pequena área. Batido no lance, Marcelo nada pôde fazer. 

O gol, combinado com a pressão da torcida, poderia até ter desestabilizado o Carcará. Não foi o que aconteceu. Cinco minutos depois, Júnior Ferrim perdeu gol feito dentro da pequena área. Aquela seria a primeira das três grandes oportunidades desperdiçadas pelo time sertanejo na primeira etapa. Pouco depois, Fagner redmiu o erro do companheiro de ataque. Acionado pelo goleiro Marcelo, ele disparou em direção à meta adversária. Contra-ataque mortal. O chute, sem qualquer chance de defesa, fuzilou Alexandre Fávaro.

Contraste na Curuzu. A festa no banco do Salgueiro ecoou de carona no silêncio do estádio. 
A partir daí, a equipe pernambucana tomou conta do jogo. Bem postada, soube aproveitar os espaços para criar situações perigosas nos contra-ataques. Júnior Ferrim e Clébson por pouco não viraram o placar na reta final. Nervoso, o Paysandu partia desordenado para o ataque, na base do abafa. Saiu no lucro o time da casa ao final do primeiro tempo. 

A pressão do Papão no início da segunda etapa dava mostras de que o jogo seguiria eletrizante. E assim foi. O entusiasmo da torcida na arquibancada refletia diretamente no gramado. Parecia ter pressa, o Paysandu. Aos 14 minutos, porém, foi a vez de Júnior Ferrim calar a Curuzu. A cabeçada fulminante no cruzamento de Clébson decretou a virada. Ali, naquele exato instante, de fato, o sonho começou a virar realidade. O gol de Edu Chiquita, aos 22, veio lavar a alma. Chute cruzado da entrada da área, no cantinho.

Com 3 x 1 no placar, só restava administrar a partida. Nem o gol de Paulão, aos 24, foi suficiente para tirar o foco do Carcará. O 3 x 2 adverso exigia mais dois gols do Paysandu. Missão praticamente impossível. No fim, o árbitro ainda expulsou dois jogadores do Salgueiro, Edu Chiquita e Rodolfo Potiguar. Não havia mais tempo de reação, porém. Àquela altura, o plano de voo do Carcará tinha rota definida, com pouso certeiro na Segunda Divisão do futebol brasileiro.

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